Eterno ídolo tricolor, o técnico do Avaí vai enfrentar o São Paulo pela primeira vez desde que assumiu a nova carreira. Silas, campeão paulista em 1985 e 1987 e do nacional de 1986 pelo clube do Morumbi, diz que nunca vai deixar de ter identificação pelo clube paulista e mostra eterna gratidão pelo time. “É o time pelo qual tenho o sentimento de gratidão eterna, porque é o clube que me trata hoje do mesmo jeito que me tratou quando jogava. Tenho sempre as portas abertas, converso com as pessoas do clude sempre. É um time pelo qual tenho um carinho muito grande”, disse o treinador. Após deixar o São Paulo, Silas já encontrou seu ex-clube em duas oportundiades. A primeira foi em 2001, quando atuava pelo Atlético Paraense e venceu por “Pode ter certeza de que será um jogo duro. Equilibrado por ser aqui em Florianópolis, porque também hoje não tem mais jogo fácil pra ninguém, ainda mais com a tradição do São Paulo, que é muito visado. Hoje, quem briga mais é quem vence”, completou. Silas credita ao São Paulo muito do que utiliza em seu trabalho como comandante do Avaí. De acordo com o antigo meia do Tricolor, os técnicos que mais o influenciaram foram Cilinho, que o dirigiu no início da carreira, e Muricy Ramalho. “Tirei lições dos trabalhos do Cilinho, que dizia que a gente tem que aprender com o passado, não se conformar com o presente e desafiar o futuro. Quando olho pro passado no São Paulo, lembro da bolinha de tenis que o Cilinho usava nos nossos treinos e aplico aqui. Do Muricy, uso a questão de você ser autêntico no futebol, ele é muito autêntico, então acho que isso são qualidades que vamos aprendendo.” Mas os ensinamentos que Silas tira do atual treinador são-paulino são ainda maiores. O craque da época dos “Menudos do Morumbi” exalta a personalidade de Muricy, que não muda seu jeito em função da sua posição de treinador de uma das maiores equipes do mundo. “O Muricy é um campeão, um cara que não tem frescura. Acho que a maior virtude dele é isso. E ele não perdeu a forma simples de ser, porque às vezes está em um clube grande e quer transparecer o que não é. Ele é aquilo mesmo e hoje faz do São Paulo vencedor”, elogiou. Apesar de se inspirar muito no comandante do hexacampeão brasileiro, Silas teve pouco contado com Muricy, relação essa que não vê a hora de estreitar. O técnico do Avaí afirma que tem algumas diferenças seu estilo de trabalhar quando comparado ao são-paulino: garante que prefere ser mais amigo dos atletas que durão. “Eu gostaria de ter mais contato com o Muricy para aprender mais com ele, mas mesmo de longe estou aprendendo muito com ele. Apesar de ser muito fã, sou diferente no estilo de técnico, sou amigo do jogador, desde que o jogador não confunda amizade com trabalho. Sei que muitos não compartilham com essa idéia, mas acho que pode ter um relacionamento e ao mesmo tempo saber separar as coisas”, completou. E o treinador do São Paulo deve ficar de olho no banco do Avaí, pois Silas deixou seu recado. “Eu trabalho mais com quem não está jogando ou não é convocado do que quem está em campo, porque são eles que precisamos quando estamos perdendo, eles que viram o jogo com a gente.” Com um bom retrospecto à frente do Avaí, na Ressacada o time só foi derrotado uma vez desde que Silas assumiu, conseguiu voltar à elite do futebol brasileiro e conquistou o estadual nesta temporada, o ex-Menudo ganha destaque entre os treinadores, e recentemente foi cotado para assumir o Sport. Com a carreira em evolução, será que pensa em dirigir o Tricolor um dia? “Eu acredito que tudo o que aconteceu na minha vida foi sempre com o pé no chão. Se tiver que ser um dia, será, mas o importante é você estar feliz no presente, e estou muito feliz hoje. Sei que estou caminhando devagar, mas com o passo firme. Assim como foi a minha carreira como jogador, está sendo comor treinador”, finalizou. Nome: Paulo Silas de Prado Pereira Jogos disputados pelo São Paulo: 98 Data de entrada no clube: 15/06/1985 Data de saída do clube: 03/05/1965 Gols marcados no clube: 20 Títulos conquistados: Campeonato Paulista (1985 e 1987) e Campeonato Brasileiro (1986)