No início dos anos 90, um jovem goleiro e um meio-campista ainda
garoto buscavam uma vaga na equipe profissional do Tricolor. Com o
mesmo objetivo, Rogério Ceni e Doriva dividiam sonhos e até quarto
no alojamento das categorias de base do clube. Juntos, os dois
subiram para o profissional e fizeram parte de um dos maiores
momentos do Tricolor, que naquela década conquistou inúmeros
títulos e ficou eternizado sob o comando do Mestre Telê
Santana.
E agora, praticamente 20 anos depois, a dupla se reencontrou no
São Paulo. Desta vez, porém, com algumas diferenças: comandante e
comandado. “É bacana. O Rogério se transformou em um personagem do
São Paulo. A história dele é linda, maravilhosa. Conto com a ajuda
dele. É um líder nato. Mesmo jovem mostrava esse potencial”,
afirmou o novo treinador da equipe são-paulina, sucessor de Juan
Carlos Osorio – foi para a Seleção do México -, que completou.
“Ele é inteligente e diferenciado, sabe articular as palavras.
Será um apoio importante com os jogadores. É uma alegria rever
Rogério e outras pessoas depois de 20 anos. É um momento de
felicidade muito grande”, acrescentou o treinador, que nesta
quinta-feira (8) iniciou a sua trajetória como treinador do
Tricolor. Como atletas, Rogério e Doriva atuaram juntos em dez
oportunidades, já que ambos ainda buscavam no time principal
naquela época.
Neste período, foram dez partidas com os dois em campo: três
vitórias, três empates, quatro derrotas e um momento especial na
carreira do então volante. Marcador de ofício, Doriva balançou as
redes apenas uma vez pelo Tricolor durante os 90 jogos que fez peço
clube. E foi justamente quando o M1TO – então reserva de Zetti –
estava em campo.
No dia 3 de maio de 1994, o São Paulo era derrotado pelo Santo
André por 3 a 0, no Morumbi, quando o meio-campista iniciou a
reação dos anfitriões ao anotar o primeiro gol dos mandantes, que
venceram por 5 a 3 a partida que ficou eternizada como uma das
maiores viradas da equipe são-paulina. Memorável!
Agora, juntos de novos, os dois têm a missão de recolocar o
Tricolor na Copa Libertadores da América e manter a briga pelo
título inédito da Copa do Brasil. “Fico muito feliz de ver um
profissional que começou no São Paulo, surgiu das categorias de
base do clube, ter essa trajetória no futebol e agora ser treinador
da equipe. É como um ciclo. Acredito que, para ele, seja um sonho
realizado. E tomara que tenha muito sucesso aqui e possa ficar por
muito tempo” afirmou Rogério, que emendou.
Fico ainda mais contente ao recordar da nossa história, porque
moramos juntos no estádio, na base, e subimos para o profissional
praticamente juntos. Ele mostrou mais uma vez que é possível um
jogador vir da base e regressar ao clube como treinador, assim como
foi com o Muricy, por exemplo. Espero que ele tenha muito sucesso,
sorte e consiga fazer deste sonho a conquista de títulos para o São
Paulo”, finalizou o M1TO.