Calendário 17/04/2009 - 00:00

Em seu primeiro dia de trabalhos no Reffis, o goleiro Rogério Ceni falou à imprensa pela primeira vez após a lesão que sofreu na última segunda-feira. Mostrando-se bem e disposto, o arqueiro falou sobre o momento em que se machucou, a cirurgia e a recuperação, o São Paulo sem seu capitão, e se mostrou consciente de tudo o que viverá nesses meses fora de campo.


 


– Agradecimentos


Quero agradecer a todos que mandaram mensagens de agradecimento, ao departamento médico. A parte técnica eu deixo pra eles, mas me sinto bem, sem dor. Quero aproveitar que todos estão aqui e agradecer a quantidade de e-mails, mensagens, cartas, depoimentos de pessoas públicas, conhecidos, muitos companheiros, a todos e em especial ao são-paulino em geral, àqueles que gostam de futebol. São coisas que a gente fica emocionado mesmo em um momento ruim, pelo carinho de todos. Agradeço do fundo do coração e porque vocês todos são muito importantes para que a gente tenha força pra estar pronto pra voltar.


 


– Lance da lesão


Estávamos treinando no campo auxiliar e meu pé ficou preso, as travas ficaram presas na grama e o meu corpo caiu em cima com todo meu peso. Eu até tenho que agradecer por não ter tido uma fratura mais complicada do que foi e tive sorte que a proteção abrandou a lesão. Quando eu vi que o meu pé ficou virado pra trás, eu o virei com a mão e puxei em um movimento instintivo, e naquele momento acreditei que havia tido luxação. No momento achei que havia quebrado, mas como não tem muito tempo pra raciocinar, acabei não me dando conta. Em seguida fomos fazer a imagem e foi constatada a fratura. O Marco Aurélio e o Dr. Auro foram ao hospital comigo. Fomos direto e o dr. Renê umas duas horas depois fez a cirurgia.


 


– Cirurgia


Lembro-me que 23h cheguei no quarto e a primeira pessoa que vi no quarto vi o Cafu, pensei até que estava na seleção, na Copa do Mundo (rs). Passei por momentos de dor depois que os anestésicos vão passando, mas hoje me sinto bem, sem dor e pronto pra em vez de ficar me lamentando, ter paciência para fazer a melhor recuperação possível, porque tem gente que passa por coisas muito piores e consegue se sair bem.


 


– Recuperação


O que eu posso dizer é que a reação está sendo muito boa, mas o importante pra mim não é o tempo que possa demorar pra voltar, mas sim que eu volte bem, com condições físicas boas como as que eu tinha até domingo pra eu dar continuidade a esses anos de carreira que eu tenho. Vou ficar parado o tempo necessário pra que eu me sinta bem, para consolidar essa lesão e para que eu tenha a recuperação muscular completa.



 


– Equipe sem Rogério


Você tem que ser muito prático na vida, ninguém é insubstituível, claro que você sente falta das pessoas, das qualidades de cada jogador que fica fora, mas sempre tem alguém pronto pra substituir você. As pessoas falam muito da liderança, mas isso está dentro de cada um. Não é uma faixa de capitão que mostra a liderança, temos jogadores com experiência e ela está dentro do coração de cada um. Comigo ou sem mim, esse time vai jogar da mesma maneira e seguir o rumo.


 


– Clássico


O principal é que o time está se preparando dentro de campo, está treinando e vai fazer um grande jogo. Vi a ação da faixa e quero fazer o máximo pra poder ao menos antes do jogo estar com os companheiros e dar um abraço. O resto, quem resolve são eles dentro do campo e eles têm capacidade pra isso. Agora, eu tenho que me concentrar em me recuperar.


 


– Recuperação


Cada corpo reage de uma maneira, eu nunca tive uma lesão pra ficar tanto tempo fora, mas tenho que aprender a lidar com isso. Falei pro Marco Aurélio que nesses momentos são momentos que você tem que refletir, analisar o quanto você não faz falta, às vezes. Tudo se ajeita, assim como você tem que se ajeitar e não parar de lutar. Não podemos queimar etapas. Eu não gosto de ficar em casa, não consigo andar, tenho que ficar sentado, mas é um momento da vida que você tem que aprender com isso. Tem gente que passa por coisa muito pior, como o Bruno (goleiro que ficou tetraplégico após um acidente de carro). A gente tem que ficar feliz, agradecer a Deus que não foi nada fora do comum, não é irreversível, então é trabalhar. Quem se lamenta muito não dá muito certo as coisas.


 


– Maior desafio nesse tempo parado


A paciência, que é um desafio pra todos. Mas nesse tempo o que não faltará é trabalho, porque o cara que fica lá dentro (do Reffis) trabalha três vezes mais que o atleta no campo. Lá você tem que se adaptar a outras coisas, fazer exercícios chatos e desagradáveis, hoje já fizemos algumas coisas, como gelo e choque. Vamos nos adaptar às necessidades que a vida coloca pra gente.


 


Fotos: Site Oficial / www.saopaulofc.net

Rogério chega à sala de imprensa…



…aguardado pelos jornalistas


 



O fisioterapeuta Luis Rosan, os médicos José Sanchez e Renê Abdala acompanham a entrevista do aqueiro


 



Coletiva mais do que disputada na tarde sexta-feira

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