Novos integrantes da comissão técnica, o auxiliar Michael Bale e o supervisor de futebol Charles Hembert foram apresentados pelo técnico Rogério Ceni nesta quinta-feira (5) no Centro de Treinamento da Barra Funda. O trio concedeu coletiva de imprensa, antes das atividades desta tarde, projetou a temporada 2017 e avaliou os desafios que o Tricolor terá pela frente com as disputas da Florida Cup e do Campeonato Paulista.
“Eu me espelho em muita gente que trabalhei, tive um aprendizado e não me espelho num determinado time atual. Tenho um sistema na minha cabeça, com o Michael, Charles e Pintado, e debatemos as melhores opções. Preciso ver as peças que tenho para encaixar com o adversário, o campo que vou jogar, uma série de circunstâncias. Não vou abrir meu sistema preferido, mas vamos nos adaptar. Para a bola chegar ao fundo da rede muita coisa tem que acontecer antes. Tentamos fazer trabalhos setorizados, dividindo o grupo especialmente no começo. O interesse do atleta de aprender no treinamento vai ser de igual valor para que ele se interesse pelo jogo”, afirmou o comandante, que acrescentou.
“Os resultados são importantes, mas o mais importante é a maneira como o time atua, mostra o que quer, deseja e pode produzir. Às vezes você produz muito no jogo e tem resultado negativo. Contra o Liverpool do Michael, em 2005, no Mundial, chutamos três vezes, não tivemos nenhum escanteio e ganhamos o jogo. A paciência do torcedor é a mesma em relação a qualquer treinador”, completou.
Os novos membros da comissão técnica também conversaram com os jornalistas e revelaram as expectativas sobre este novo desafio na carreira. “Estou muito feliz, aqui, pela oportunidade e pelo momento de um treinador inglês trabalhar no Brasil. É uma grande oportunidade, porque os melhores jogadores do mundo são brasileiros, sul-americanos, e essa é a razão pela qual estou aqui. O São Paulo é um grande clube, muito respeitado. Eu estudo português há um mês todos os dias. Futebol é futebol. No Liverpool e no Chelsea, treinei muitos estrangeiros: brasileiros, argentinos, italianos, não tem problema. O Charles também me ajuda, e o Rogério fala inglês muito bem”, afirmou Michael Beale.
Assim como o inglês, Charles Hembert também enalteceu a oportunidade de trabalhar no Tricolor. “Gostaria de agradecer ao São Paulo pela oportunidade, pela maneira excepcional como fomos recebidos pela comissão técnica, jogadores e funcionários. E obviamente pelo Rogério, a quem agradeço por confiar no meu trabalho. E sem esquecer o presidente e a diretoria. Vamos tentar manter muito do que tem aqui, mas com uma nova visão, inovadora, com novas ideias para poder ajudar o Rogério da melhor maneira possível”, disse o francês, que emendou.
“O fato de ter vivido uma Copa do Mundo, uma Copa América, muitos jogos de seleções internacionais, e ter vivido todas essas experiências com as delegações facilita a minha adaptação. Vi coisas boas, não tão boas, para tentar fazer um universo de tudo isso, das delegações e organizações de uma Copa do Mundo e Copa América. Tenho um balanço dos dois lados para condensar tudo isso e levar ao São Paulo”, completou.
Durante o bate-papo com os jornalistas, Rogério Ceni projetou o novo desafio pelo São Paulo. “Não vim aqui como goleiro, vim dirigir bem a equipe e espero conseguir bem desde o começo, apesar da sequência difícil, com os finalistas do Paulistão, Santos e Audax, e a Ponte Preta que ficou na nossa frente no Brasileiro. Cobranças vêm para qualquer treinador, espero o incentivo de todos e a análise do jogo como um todo. Espero começar vencendo. Vamos tentar evitar as derrotas. O treinador é brasileiro, o Charles fala muito bem português, o Michael está aprendendo e veio trazer seu conhecimento. Espero que os resultados venham, se as derrotas vierem é natural que cobrem, tentem encontrar motivos. Por isso estamos tentando preparar uma equipe forte, competitiva”, avaliou o treinador, que acrescentou.
“Trabalho sempre pelo próximo jogo, é sempre o mais importante para mim. O Torneio da Flórida não deixa de ser uma competição. Nem fisicamente acredito que estaremos prontos, mas vamos em busca da vitória, e no dia 5 de fevereiro iniciamos em busca dos três pontos, mesmo contra o Audax, fora de casa. Não vou traçar objetivos distantes, vamos viver em função da vitória no próximo jogo. Meu modo de trabalhar, ver o jogo, ver a vida, que é o mais importante. Acima da qualidade técnica, os valores e o caráter de cada jogador são muito importantes. Atleta é importante, mas as pessoas por trás de cada jogador vale muito na formação de um elenco. Espero o máximo profissionalismo e dedicação deles”, finalizou.