Calendário 19/01/2011 - 00:00

Rogério Ceni é internacionalmente conhecido como o Maior Goleiro
Artilheiro do Mundo. Autor de 94 gols em partidas oficiais segundo
os critérios da FIFA, o camisa 01 do Tricolor especializou-se em
ser recordista em recordes. Um mito. O Mito.

Rogério ostenta, porém, outra marca igualmente importante:
anotou, até hoje, 96 gols pelo São Paulo FC, segundo os critérios
utilizados para todos os jogadores da história do clube, de
Leônidas a Raí. 

A discrepância – 94 gols em torneios oficiais da FIFA e 96
pelo São Paulo FC – é simples: as estatísticas do Arquivo Histórico
são-paulino, como acontece nos clubes em geral, consideram
critérios distintos dos da FIFA para estipular a oficialidade dos
jogos. 

A partir disso, parece lógico que se utilize os mesmos
critérios para a contagem dos gols. Critérios estes utilizados
historicamente não apenas pelo clube, mas pelos mais diversos
veículos de comunicação, pesquisadores e estudiosos, como também
nas estatísticas de ídolos como Serginho Chulapa, maior artilheiro
da história são-paulina. Portanto, os dois gols marcados por
Rogério Ceni no amistoso contra Santos/Flamengo, em 1998, e na
final do Torneio Amistoso Constantino Cury, contra os russos do
Uralan Elista, são contabilizados pelo São Paulo FC,
independentemente dos critérios da
FIFA. 

Assim, o São Paulo Futebol Clube atesta que, como registra
e documenta o Arquivo Histórico são-paulino, reorganizado em 2010
com a contratação do historiador Michael Serra, o atleta Rogério
Ceni conta com 96 gols anotados em 949 partidas profissionais
reconhecidas pelo clube em um dos três níveis oficiais: jogos
competitivos, restritivos ou amistosos, organizados ou autorizados
pela Federação vigente e cumpridores das devidas normas e
regulamentações estabelecidas pela FIFA, tais como: regras de jogo,
tempo regulamentar, delegação de arbitragem, anotação em boletim
oficial, atletas profissionais, entre
outros. 

O São Paulo FC informa, ainda, que nenhum pedido foi ou
será feito à FIFA para que tais gols sejam considerados nas
estatísticas da entidade, já que não é esse o propósito desta
retificação. Além disso, o clube não questiona os critérios da
entidade, pois eles buscam reunir o que pode ser uniformizado num
planeta extremamente desigual em culturas, ritos e tradições,
desnivelado em organização entre suas federações
internacionais. 

Tampouco busca-se facilitar a chegada aos 100 gols, pois é
certo que mesmo os torcedores de outros clubes acreditam que
Rogério Ceni baterá ambas as marcas, a do São Paulo FC e a da FIFA.
E ambas serão celebradas, cada uma a seu modo, e sem
asteriscos. 

Poderia parecer mais fácil não tocar no assunto, deixando
que a marca homologada pela FIFA fosse a única registrada. Mas,
além de ser um desrespeito à história são-paulina, aos demais
artilheiros e ao próprio Rogério, há que se lembrar que o centésimo
gol não é a única marca que o Capitão pode alcançar num futuro
próximo, e o compromisso com o erro seria imperdoável. Não
rasgaremos a história em troca da segurança do
silêncio. 

Afinal, o camisa 01 está próximo de se tornar o primeiro
jogador da história do clube a completar 1000 partidas
profissionais. Fosse este o caso de apressar marcas, seriam
contadas as partidas nas categorias de base, e Rogério já seria
“milenar” há meses! 

Seguindo-se estritamente o “critério oficial FIFA”, porém,
a própria estreia de Rogério com a camisa do São Paulo FC não seria
considerada válida, já que aconteceu no Torneio Amistoso de
Santiago de Compostela, competição também não reconhecida. Como
alterar burocraticamente a data em que um jovem sente a emoção de
entrar em campo pela primeira vez como jogador profissional do
clube? 

O São Paulo Futebol Clube contabiliza seus amistosos e
torneios amistosos porque se prepara para eles com o mesmo
profissionalismo das competições da FIFA. Porque, dentro de campo,
os ritos são os mesmos. E porque sua torcida se emociona com muitas
dessas partidas da mesma forma, como nas conquistas das taças
Teresa Herrera e Ramón de Carranza na Era Telê. Como desconsiderar
a vitória por 4 a 1 sobre o Barcelona, em
1992? 

Esses critérios já eram utilizados para as estatísticas de
número de partidas do Capitão. Havia, porém, dois erros, agora
sanados: Rogério tem 949 jogos como profissional do São Paulo FC.
Os erros referiam-se a cinco jogos não-contabilizados: em três
deles, Rogério entrou em substituição no meio da partida; os outros
dois referem-se aos jogos anulados pela Justiça Comum, no
Brasileiro de 2005. 

Convidamos a torcida são-paulina para a contagem
regressiva: faltam quatro gols para que Rogério Ceni chegue aos 100
gols marcados profissionalmente, todos com a camisa do São Paulo
Futebol Clube. Um feito que todo são-paulino, como ele, deve
comemorar, como comemorou os 96 gols até
hoje. 

O resto do mundo? Que aguarde os
102. 

 

Todos têm goleiros. Só nós temos Rogério
Ceni.

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