Calleri estreou com gol pelo Tricolor. E na despedida não foi diferente: deixou a sua marca também. Nesta quinta-feira (14), na chegada da delegação ao Centro de Treinamento da Barra Funda após o duelo com o Atlético Nacional-COL pela Libertadores da América, o atacante se despediu do São Paulo para defender a Seleção Argentina nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Antes de embarcar, porém, o camisa 12 elegeu os seus momentos mais marcantes pelo clube – em ordem cronológica. Foram seis meses intensos do centroavante no futebol brasileiro, que certamente ficarão eternizados na memória da torcida.
1-Como manda o figurino: estreia de atacante com gol!
Recém-contratado, o centroavante teve a sua primeira oportunidade com o técnico Edgardo Bauza no primeiro jogo de competição do clube na temporada 2016: diante do César Vallejo-PER pelo duelo de ida da primeira fase da Libertadores da América. Com categoria, Calleri encobriu o goleiro peruano e marcou o gol que arrancou o empate por 1 a 1, fora de casa. Ali, o jogador abriu a sua série goleadora, que ao todo contou com 16 gols em 31 partidas.
“Toda estreia é especial, mas aquele jogo foi diferente: pude estrear pelo São Paulo em uma partida de Libertadores. E marcar o gol deixou este sentimento ainda mais forte. Começar bem a minha trajetória no clube me deu mais confiança para mostrar o meu futebol aos torcedores e ajudar os meus companheiros”, recorda o atleta, que balançou as redes três vezes nos dois primeiros jogos pelo Tricolor – anotou dois na goleada diante do Água Santa (4 x 0).
2-Duelo pessoal com o River Plate-ARG
A estreia de Calleri no Morumbi em noite de Libertadores não poderia ter um adversário melhor: o River Plate-ARG, tradicional rival do clube que defendeu na temporada passada, o Boca Juniors-ARG. E com atuação decisiva e goleadora, o atacante comandou a importante vitória do São Paulo por 2 a 1 sobre os argentinos. Um tropeço poderia decretar a eliminação do São Paulo ainda na fase de grupos da competição, já que os adversários levavam vantagem na tabela de classificação. Por isso, o duelo com o adversário ganhou ainda mais importância para o centroavante.
“Dois momentos foram realmente marcante, e este é um deles. Sem dúvida, pessoalmente, foi o mais incrível que vivi aqui. Como sou argentino, enfrentar o River Plate é diferente e especial. De onde eu vim, enfrentá-los é sempre um clássico. Foi um momento importante e crucial, que me marcou bastante. E acho que para os torcedores também. Foi lindo jogar com o Morumbi lotado, a torcida apoiando e isso ficará marcado”, recorda.
3-Gol da classificação na altitude de La Paz
No último jogo da fase de grupos da Libertadores, em confronto direto pela classificação para as oitavas de final, o Tricolor teve um duro adversário pela frente: o The Strongest-BOL, na temida altitude boliviana, e que também brigava pela vaga. Os anfitriões largaram na frente e eliminavam o Tricolor até os 43 minutos do primeiro tempo, quando Calleri cabeceou para deixar tudo igual no placar: 1 a 1. Nos instantes finais do jogo, a arbitragem expulsou Denis, e o São Paulo ficou em situação delicada. Sem alternativas, já que Bauza tinha efetuado as três altercações, o time são-paulino teve que apostar em Maicon. O zagueiro vestiu as luvas e fez bonito! Seguro nas bolas alçadas na área, o camisa 37 deu conta do recado e segurou o ímpeto dos bolivianos!
“Coletivamente, acredito que este foi o gol mais importante que marquei pelo São Paulo. Era uma partida decisiva, precisávamos do resultado e consegui marcar para ajudar os meus companheiros. Felizmente conseguimos a classificação e deixamos nosso grupo ainda mais unido para seguir na Libertadores”, avalia.
4-O último a gente nunca esquece
A última partida de Calleri antes de seguir para a Seleção Argentina Olímpica não foi como o atacante desejava. No entanto, assim como durante toda a sua trajetória, o camisa 12 deixou a sua marca e infernizou a defesa adversária. O centroavante marcou o gol que abriu o placar em Medellín, pelo duelo de volta da semifinal da Libertadores da América, e deu ânimo extra ao time para brigar pela vaga com o Atlético Nacional-COL.
“Claro, assim como os meus companheiros eu queria a classificação. Lutamos até o fim e acreditávamos que era possível, mas infelizmente não conseguimos a vaga. Foi o meu último jogo pelo São Paulo antes de seguir para a realização de um sonho, que é defender pela primeira vez a seleção do meu país. Foi meu último gol também. Então por isso foi especial. Guardei a camisa comigo e levarei para a Argentina”, finaliza.
Vale lembrar que Calleri é o oitavo jogador na história do São Paulo que balançou as redes na estreia e na despedida: Adriano (2008), Sandro Hiroshi (1999/2002), Careca (1983/1987), Francisco Marcos (1977/1978), Norival Favero (1964), Amaury (1957/1961), Mairiporã, (1955/1956), Luizinho Malta (1940/1941).