O São Paulo sempre foi um time que usou a tecnologia em favor do seu futebol. E um recurso eletrônico muito utilizado pelo clube em vários aspectos é o vídeo, tanto para captação de imagens do próprio Tricolor quanto para observar os adversários. E quem faz esse trabalho árduo de captação e edição de imagens é Romildo Lopes Batista. No São Paulo desde março de 2006, Romildo faz todo o trabalho multimídia que é necessário para o Tricolor. Vídeos para preleção, gravação de jogos para arquivo, imagens de bastidores nas viagens da equipe… Tudo isso fica a cargo do profissional. “Para montar a preleção pego o último jogo do adversário, faço os melhores momentos, as bolas paradas, escanteios, as melhores jogadas e monto um vídeo de nove minutos, no máximo”, conta. Um aspecto curioso na função de Romildo é que ele trabalha em conjunto com a comissão técnica. Para montar os vídeos que vão mostrar aos jogadores qual será o esquema utilizado no jogo, assim como o posicionamento em cada situação, ele conta com a ajuda dos auxiliares técnicos Milton Cruz e Tata. “Eu faço a bola parada com o Tata e o Milton meia hora antes da preleção. Eles passam a escalação do jogo e eu monto uma animação, como o time vai jogar. Mostramos os escanteios ofensivos e defensivos, o posicionamento das barreiras, as cobranças faltas, tudo isso” afirma. Quem pensa que é simples fazer um compacto do jogo do adversário está muito enganado. Muitas vezes a qualidade das partidas é tão ruim que fica muito complicado separar os melhores (ou piores) momentos. “Tem alguns jogos muito ruins, com pouquíssimos lances, onde você não tem como fazer muita coisa. Muitas vezes fica complicado separar algum lance para fazer o compacto, ou até mesmo os melhores momentos”, diz Romildo. Além dos jogos dos rivais e do próprio clube, utilizados em preleções ou para arquivo, o são-paulino também ajuda em outras importantes ocasiões. “Costumo fazer imagem dos bastidores, que já foram utilizadas pelo Departamento Jurídico, assim como lances de expulsões para julgamentos no STJD. Além disso, sempre que há alguma contusão os fisioterapeutas do clube me solicitam as imagens para que possam estudar e analisar as lesões”, conta. Entre uma preleção e outra, várias histórias acontecem. Algumas engraçadas, outras nem tanto. O profissional de vídeo do São Paulo conta uma das “falhas” que mais o marcou desde a sua chegada à equipe. “Em certo dia o computador pegou um vírus e travou justamente na hora da preleção. Eu fiquei todo preocupado, ainda mais com todo mundo gritando, zoando, fazendo várias piadas. Mesmo tendo colocado outro aparelho não teve jeito. Naquele dia não teve vídeo, só passamos as bolas paradas. O Muricy, é claro, não perdoou e falou brincando que o computador não havia concentrado direito naquele dia”, lembra, em meio à gargalhadas. Romildo é funcionário do São Paulo Futebol Clube desde 1992 e trabalha junto com a comissão técnica no Centro de Treinamento da Barra Funda desde o ano passado.
Romildo trabalha em sua sala no CT da Barra Funda