Calendário 18/12/2009 - 00:00

Nunca poderei me esquecer do dia mais importante da minha vida: 18 de dezembro de 2005. Eu, um jovem jornalista, 24 anos na época, funcionário do São Paulo Futebol Clube há apenas dois, estava em Yokohama, no Japão.


O mesmo Japão de que tanto ouvi falar na infância, quando meu pai, engenheiro eletrônico, voltava de viagem cheio de presentes e novidades, para a alegria de toda a família e dos amigos do condomínio Rosa Azul.


Aquele país até então tão diferente e que de forma indireta sempre esteve presente na minha vida se tornaria naquele dia 18 o palco do meu momento de maior alegria.


Eu, torcedor fanático, que tinha passado duas madrugadas em claro quando jovem para ver meu time sagrar-se bicampeão mundial, estava ali, a apenas alguns passos do campo de batalha, fazendo parte de uma delegação histórica. Sem contar os atletas, eu era o mais novo.


E mesmo sem ter a menor possibilidade de entrar em campo, o frio na minha barriga não era menor do que o de qualquer jogador. A ansiedade era grande, mas a confiança com certeza era ainda maior.


Desde o dia em que o time saiu do Brasil ovacionado e apoiado por uma torcida que literalmente parou o Aeroporto de Guarulhos eu tinha a convicção de que o clube conquistaria o terceiro título mundial. A programação tinha sido perfeita, estava tudo correndo muito bem, não tinha como dar errado.


Em cada membro da delegação são-paulina, do saudoso presidente Marcelo Portugal Gouvêa ao mais simples funcionário, era possível ver a entrega, o amor ao trabalho e acima de tudo a dedicação ao clube mais vitorioso do Brasil. O grupo tinha o semblante da vitória.


E essa mistura de sentimentos felizmente se transferiu para o gramado do estádio de Yokohama. O São Paulo não venceu porque tinha 11 jogadores no campo de jogo, mas sim porque tinha 11 guerreiros no campo de batalha.


Eles lutaram não só por eles, mas por seus familiares, amigos e todos os milhões de são-paulinos espalhados pelo mundo inteiro. Cada atleta conseguiu converter seu sentimento mais profundo e verdadeiro, traduzindo isso numa valentia e entrega poucas vezes vista por este singelo jornalista e torcedor.


Fácil agora seria falar dos lances do jogo, dos milagres do mito Rogério Ceni, dos olhos esbugalhados do valente Lugano, do passe genial do Aloísio ou da finalização perfeita do iceberg Mineiro. Isso seria fácil. Difícil é não me emocionar ao lembrar daquele dia tão especial. Com certeza absoluta, o mais importante da minha vida. 



Este ingresso ficará guardado pra sempre

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