Calendário 1/10/2010 - 00:00

A história do São Paulo FC é um relato de glórias e
conquistas, mas também de fé e superação. Fé que, aliás, poderia
ser seu sobrenome: São Paulo Clube da Fé. Foi assim que o
jornalista de A Gazeta Esportiva, Thomaz Mazzoni, o batizou no
fim dos anos 30, naqueles momentos difíceis em que poucos
homens tentavam reerguer um gigante de suas cinzas.  


  

Em seu artigo de 21 de julho de 1937, Mazzoni exaltou:
“Recentemente, surgiu o São Paulo FC Júnior com as mesmas
pretensões do antigo. Se o novo São Paulo veio ao mundo da bola sem
os haveres, fama e prestígio dos seus antepassados, trouxe a maior
das riquezas: a FÉ no seu destino, o amor ao seu hoje. Somente a FÉ
poderia levar o atual Tricolor a nascer como um clube varzeano
qualquer e tornar-se logo uma agremiação no caminho reto do
progresso do futebol superior. O CLUBE DA FÉ, como merece ser
chamado o atual São Paulo FC, está se encarregando
de”. 

Confira:
M50: Estádio são-paulino se tornou a casa de
Rogério 

 

 

Mais feliz em sua definição não poderia ter sido, como o
próprio tempo viria demonstrar naquela árdua jornada iniciada na
“concentração” improvisada na Igreja da Consolação, até a
construção de seu maior patrimônio físico, seu Estádio. Já dizia
Laudo Natel, presidente que entregou o Morumbi completo à
comunidade são-paulina: “Nosso Estádio é batizado com o nome do
saudoso Cícero Pompeu de Toledo, mas seu subtítulo é,
verdadeiramente, FÉ E PERSEVERANÇA”.  

Seu terreno foi abençoado em agosto de 1952 pelo Monsenhor
Francisco Bastos, fervoroso são-paulino, e seus pilares pelo
Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelo Motta, em sua inauguração.
Contudo, sua consagração se deu com a visita de João Paulo II –
Karol Jósef Wojtyla, chamado também “João de Deus”. Em 3 de julho
de 1980, o Papa do apostolado romano mais carismático de todos os
tempos discursou e rezou missa no Estádio do Morumbi para um
público de mais de 150 mil pessoas. 

Confira:
M50: Um palco de grandes
apresentações
 

 

Posteriormente coube, por vocação ou destino, aos
disciplinados devotos que limpavam completamente o Estádio após
cada evento, varrendo até mesmo as ruas dos arredores, o recorde
oficial de lotação do Morumbi: 162.957 pessoas, no Congresso
Internacional das Testemunhas de Jeová (25/08/1985).

Talvez por histórias como essas que o Patrono Laudo Natel
goste de lembrar a façanha de erguer o, até então, maior estádio
particular do mundo, como se fosse uma obra de igreja, realizada a
conta gotas, por longos 18 anos. Assim sendo, nada mais certo dizer
que a casa Tricolor é verdadeiramente um Templo do futebol, um
Templo de Fé. Fé e Perseverança, dentro e fora das quatro linhas,
com as quais o Estádio Cícero Pompeu de Toledo tornou-se, nestes 50
anos de vida, a Santa Sé dos São-Paulinos do mundo
inteiro.

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