Fernandão começou 2011 cheio de planos. Mas dores no púbis
atrapalharam o jogador. Na verdade, apenas adiaram os planos do
camisa 15. Recuperado, o são-paulino não esconde sua empolgação
para ajudar o time da melhor maneira possível. Fernandão, que já
participou de um rachão, agora aprimora a forma física para ficar à
disposição de Carpegiani.
Foram dois meses longe dos gramados. Neste período, o atacante
teve como rival as dores no corpo. Dura batalha vencida por ele.
Agora, momento de recuperar o tempo perdido. Empolgado e de ânimo
renovado, Fernandão não titubeia ao afirmar que ainda dará muitas
alegrias ao torcedor são-paulino.
“Tinha uma expectativa muito grande para esta temporada, mas
logo comecei a sentir as dores. Mas agora que estou recuperado, eu
tenho certeza que poderei render tudo aquilo que o São Paulo pensa
em relação ao meu futebol. Vou render bastante em campo”, ressaltou
Fernandão.
O camisa 15 chegou ao Morumbi no ano passado. Logo na estreia,
Fernandão brilhou na vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro, no
Mineirão, no jogo de ida das quartas de final da Libertadores.
Feito que se repetiu no duelo de volta, no Morumbi. Com a camisa do
Tricolor, ele disputou 37 jogos e marcou oito gols.
Neste retorno, Fernandão bateu um papo sincero com a reportagem
do Site Oficial. Falou sobre o longo tempo de recuperação, o apoio
de todos no São Paulo, suas metas para 2011, a chegada de Luis
Fabiano, o centésimo gol de Rogério Ceni… Tudo que você confere a
partir de agora.
Como foi este período no REFFIS?
É difícil ficar fora. Já vinha sentido estas dores e foram
aumentando. O púbis sempre vai te minando. Quando falei para o
Carpegiani que teria de parar, achei que fosse por uma semana só.
Mas aí foram quase dois meses. Sempre chegando às 8h e saindo do CT
às 18h. Fiquei meio apavorado. Depois de um mês, a dor insistiu e
tivemos de mudar o planejamento. Aí melhorou.
Qual foi a coisa mais difícil: as dores ou ficar fora do
time?
Um pouco de tudo. Tinha aquela insegurança de achar que as dores
iriam continuar. Imaginar que ela não passaria. E ver todos os dias
seus companheiros no campo treinando, nos jogos, e você não estar
junto. Isso é muito ruim. Isso acaba te deixando pra baixo. Mas
agora as dores sumiram e o moral elevou.
Do que você mais sentiu falta?
Sem dúvida nenhuma deste contato com a bola, de bater nela. De
ficar sem jogar, de treinar sem sentir dor nenhuma. Na realidade,
você acaba se colocando em xeque o tempo todo. Fica com a dúvida na
cabeça. Quando a dor é constante e aumenta, isso atrapalha muito.
Estava lutando muito contra a dor e vou voltar super bem. Sem dor
nenhuma.
Sem dores, como você está fisicamente?
Acredito que 90%. Tenho treinando bem, me movimentei bem no rachão
(no último sábado). Mas ainda tem movimentos que vou ganhar com a
parte física, nos próximos sete, dez dias. Não posso, depois de
tanto tempo, ultrapassar etapas neste último momento. É hora do
ajuste final. Se eu não voltar bem, vou acabar sentindo
novamente.
Você acabou se decepcionando?
Tinha uma expectativa muito grande para esta temporada. Projetava
um ano maravilhoso, mas aí lesionei. Já estou recuperado e espero
corresponder toda esta expectativa que o São Paulo tem em relação
ao meu futebol. Quero agradecer todo pessoal do REFFIS.
Alguns dias eu ficava de cabeça baixa, mas aí todo mundo falava
comigo. Só tenho que agradecer.
Mas as dores sumiram. Agora, hora de retomar o “projeto
2011”?
Está voltando todo aquele desejo na minha cabeça. Desde a semana
passada comecei a treinar forte e as dores sumiram. Você volta até
mais forte do que estava. Quando fica muito tempo afastado fica com
esta gana de voltar. Estou realmente com a auto-estima lá em cima.
Estou com moral super elevado para ajudar o time nesta reta
final.
Por falar em reta final, qual sua avaliação sobre o
momento do São Paulo?
É um time preparado. Vem montando um grupo forte desde o ano
passado para ter um 2011 maravilhoso. Nós aqui dentro temos de
saber que só jogam onze, mas o grupo tem de ser forte. Se o elenco
se mantiver motivado, com a consciência de que podemos ser
campeões, 2011 tem tudo para ser o grande ano do São Paulo. Temos
tudo para ganhar e não tenho dúvidas de que o grupo está com este
pensamento.
Grupo que ficou ainda mais fortalecido com a chegada de
Luis Fabiano…
Vi a chegada dele da melhor maneira possível. Além de ser um
excepcional jogador, ele é um ídolo do São Paulo e isso agrega
muito. Agrega o torcedor, que vai apoiar ainda mais o time. Chegar
da maneira que ele chegou é muito importante. Estou super contente
por tê-lo no elenco. Todos nós vamos brigar por posições. Existe a
possibilidade de jogarmos juntos e isso vai depender dos
treinamentos.
Falando em ídolos, você comemorou muito o centésimo gol
do Rogério?
Rogério Ceni é um ídolo nacional. Quando algum time vai jogar
contra, sempre acaba criticando ele, mas no fundo todos o admiram
pela pessoa que ele é. É muito profissional e vem batendo recordes
atrás de recordes. Isso vai ficar guardado para a história. Sou fã
dele. Um companheiro maravilhoso, um amigo que eu torço demais.