Tradicionalmente, o elenco se reapresenta no Centro de Treinamento da Barra Funda com boas risadas e clima descontraído. Nesta quarta-feira (30), porém, foi diferente. Visivelmente cabisbaixos, os atletas se reuniram para prestarem uma homenagem às vítimas da tragédia ocorrida na madrugada da última terça (29) com a aeronave que transportava a delegação da Associação Chapecoense de Futebol, além de profissionais de diversos veículos de comunicação, para a final da Sul-Americana contra o Atlético Nacional-COL, na Colômbia.
As gargalhadas deram lugar ao silêncio. A resenha foi substituída por oração. Após um trabalho de fortalecimento muscular no Reffis, os são-paulinos seguiram para o gramado, tiveram uma longa conversa e depois se reuniram no centro do campo. Na sequência, rezaram e fizeram um minuto de silêncio. Funcionários e membros da comissão técnica também fizeram parte da oração.
Três dos passageiros do vôo – Mário Sérgio, Cléber Santana e Caramelo – vestiram a camisa são-paulina em diferentes momentos da história do clube. O São Paulo, na figura de seus dirigentes, atletas, colaboradores e torcedores, já ofereceu à Chapecoense e às famílias, amigos e admiradores de todos os envolvidos sua mais sincera solidariedade e disponibilidade neste momento de dor e aflição.
O lateral-direito Mateus Caramelo, que integrou o elenco durante boa parte da temporada, foi lembrado pelos eternos companheiros. Em 2016, o ala arrancou junto com o São Paulo naquele que seria um bom primeiro semestre para o clube. Reintegrado após a chegada do técnico Edgardo Bauza, jogou como titular na goleada por 4 a 0 sobre o Água Santa, pela segunda rodada do Paulistão. Foram duas assistências do lateral – uma para Jonathan Calleri, outra para Thiago Mendes – que compuseram uma atuação de gala.
Ele ainda se mostraria uma importante peça do elenco na temporada, na lateral ou no meio de campo. Caramelo se vai aos 22 anos, como atleta do São Paulo FC, emprestado à Chapecoense desde agosto. No Morumbi deixa amigos, companheiros dentro e fora de campo, e a certeza do guerreiro que foi e sempre será.