Pedro Rocha, Raí, Canhoteiro, Pagão, Terto, Gerson, Teodoro, Pita, Leonardo, Paulo Henrique Ganso e, agora, Cueva. Todos estes craques que defenderam o Tricolor têm algo em comum: foram os donos da camisa 10, que agora será do peruano. Inspirado nos grandes ídolos que fizeram história no São Paulo, o meia-atacante ainda carrega a herança de seu pai, Luis Cueva, para honrar o número a partir da disputa da Florida Cup.
“Poder usar a camisa 10 me traz uma grata recordação, porque meu pai jogava com a 10. E eu gostava de vê-lo atuar. Ele jogou na segunda divisão do Peru, e desde garoto acompanhei a carreira dele. Mas, além disso, usar a camisa 10 do São Paulo tem um peso maior. Estou motivado para representar este número, principalmente em um clube grande como o São Paulo, e sei da minha responsabilidade”, afirmou o armador, que acrescentou.
“Estou feliz, porque grandes jogadores usaram esta camisa. Quero fazer história aqui, e desejo que seja com títulos. Este é o meu maior desejo. Sei do peso desta camisa, mas tenho a gana necessária para defendê-la. Raí, Pedro Rocha e Paulo Henrique Ganso, que são monstros, usaram este número. Estou preparado para encarar esta responsabilidade e fazer história aqui”, completou Cueva, que é o dono da camisa 10 na Seleção Peruana.
A MÍSTICA CAMISA 10 TRICOLOR
A tradição da camisa 10 do São Paulo começou com Remo, em 1948. Na ocasião, o Tricolor empatou por 2 a 2 com o Torino-ITA na partida em que pela primeira vez a equipe jogou com uniforme numerado, com os algarismos sobrepostos às faixas da camisa branca.
Na década de 50, na conquista do Campeonato Paulista de 1957, Dino Sani usava a camisa 10 até a chegada de outro grande craque: Zizinho, veterano consagrado que também fez história no clube. Até mesmo Canhoteiro usou o número em uma partida ou outra entre 1954 e 1961.
Já nos anos 60, contudo, o nosso principal camisa dez foi Babá, embora Del Vecchio, Pagão e Terto também a tivesse usado até a chegada de Gerson, que encerrou a fila de títulos do time com a conquista do Paulista de 1970 e o repeteco em 1971. Quando Gerson não jogava, o 10 era Pedro Rocha, que praticamente se eternizou com essa camisa no São Paulo, a ostentando até 1977. No primeiro titulo brasileiro do clube, Neca, Teodoro e até Darío Pereyra usaram a 10 (aliás esse último usou nas fases finais e no jogo do título).
Depois, Heriberto, Everton (principalmente), Mário Sergio e Renato usaram a 10 no início dos anos 80 até as chegadas de Falcão e Pita, que a usou por um período maior e era o dono ca camisa no título brasileiro de 1986. Pita praticamente passou a camisa 10 para Raí, que assumiu a camisa ainda em 1988 e consagrou uma era com esse número no início dos anos 90, vencendo inúmeros títulos.
Nos anos 90, alguns campeonatos adotaram numeração fixa, algumas vezes não alterando muita coisa, como Juninho com a 10 na Conmebol de 94 e Leonardo na Libertadores da América de 1994 e na Mercosul de 2001. Já em outras oportunidades, trouxe curiosidades: Toninho Cerezo na Supercopa de 1992 e mesmo Cafu foi camisa dez, na Supercopa de 1993. Dodô chegou a ser a 10 na Mercosul de 98.
Em tempos mais recentes, os grandes expoentes foram Danilo na Libertadores e no Mundial, em 2005, Adriano em 2008 e Hernanes em 2009 e 2010. O último dono da camisa 10 tricolor foi Paulo Henrique Ganso, que se despediu do clube em 2016.
Boa sorte, Cueva!